História
O Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho (HPMGER) foi fundado no dia 28 de novembro de 1969, pelo governador João Agripino. Inicialmente, a unidade foi criada para atender apenas policiais militares e seus dependentes, mas há várias décadas passou também a atender todas as pessoas. O hospital é credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e atende 100% de forma gratuita. Como faz parte da rede estadual de Saúde, além dos pacientes que chegam para atendimentos de urgência e emergência, também recebe pacientes do Núcleo Interno de Regulação (NIR) da SES. Mas a história da unidade hospitalar teve origem na criação e desenvolvimento do serviço de saúde da Polícia Militar da Paraíba, ainda no século XIX.
Origem
O Comando da Polícia Militar, com as diferentes denominações que teve ao longo de sua história, sempre se preocupou com a prestação de serviços de saúde aos integrantes da instituição. Já em setembro de 1832, meses depois de criada a corporação, foi firmado um acordo com a Santa Casa de Misericórdia para que os policiais fossem atendidos no Hospital mantido por aquela irmandade e que, na época, funcionava em um prédio anexo à Igreja da Misericórdia, dando a frente para a Avenida Visconde de Pelotas, no centro da capital paraibana.
Na estrutura da Força Policial, não existia nenhum profissional da área de saúde que acompanhasse aqueles policias. Em 1906, foi nomeado o primeiro médico da corporação, o Dr. Joaquim Hardeman, que foi comissionado no posto de Capitão. A partir de então, esse oficial passou a acompanhar os policiais que se achavam internados no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, e a receitar outros policiais e seus familiares no interior do quartel que era instalado na Rua Maciel Pinheiro.
Mas uma das principais funções desse médico, como dos que vieram depois, era examinar os policiais que ingressavam na corporação. Em 1922, a Santa Casa da Misericórdia inaugurou o Hospital Osvaldo Cruz, construído na área denominada de Sitio da Cruz do Peixe. Em 1924, foi inaugurado o Hospital Santa Isabel, que, na época, tinha apenas um pavimento. Esse prédio foi edificado ao lado do Hospital Osvaldo Cruz.
Com o início do funcionamento do Hospital Osvaldo Cruz, o velho hospital que funcionava no centro da cidade foi desativado, e, com isso, os policiais passaram a ser atendidos em uma enfermaria denominada de São Sebastião, que era parte daquele Hospital, dentro das mesmas condições e assim permaneceu até 1941.
O Hospital da Polícia Militar
Em 1941, no Governo de Rui Carneiro, com a Reforma do 1º Tenente José Guimarães Braga, foi extinta a vaga de farmacêutico e criada mais uma vaga de 1º Tenente Médico. Foi nessa vaga, naquele ano, que foi incluído, através de Concurso, o Dr. José Asdrúbal Marsiglia de Oliveira. No mesmo ano, foi incluído como 1º Tenente o dentista Ednaldo de Luna Pedrosa.
Ainda em 1941, foi iniciada a ampliação do Hospital Santa Izabel com a construção do segundo pavimento. A partir de então, parte das atividades do Hospital Osvaldo Cruz passou para aquele prédio. Com isso todo o antigo imóvel passou a ser utilizado para atender aos policiais.
Atendendo a um pedido do Major Edrise Vilar e do Tenente Asdrúbal, o Coronel Anacleto Tavares (Oficial do Exército), Comandante da Polícia Militar, solicitou ao Governador Rui Carneiro que fosse autorizada a realização de uma reforma naquelas instalações, o que foi iniciado no mesmo ano, com aquiescência da Santa Casa da Misericórdia.
No dia 24 de maio de 1942 essa obra foi inaugurada, de forma festiva, e recebeu o nome de Hospital da Polícia Militar que passou a ser dirigido pelo Major Edrise Vilar.
O Hospital Edson Ramalho
No dia 10 de janeiro de 1956, Edrise Vilar, que tinha alcançado o posto de Tenente Coronel, e Ednaldo de Luna Pedrosa (dentista), que tinha sido promovido ao posto de Major, foram reformados. No dia seguinte, o Major Asdrúbal Marsiglia assumiu a chefia do serviço de saúde e a direção do Hospital da Polícia Militar, que eram funções exercidas por Edrise Vilar. No dia 16 do mesmo mês, Asdrúbal foi promovido a Tenente Coronel.
No dia 16 de fevereiro de 1956, o Coronel Edson Amâncio Ramalho (Oficial do Exército) assumiu o Comando Geral da corporação, assumindo o lugar deixado pelo Coronel Manoel Coriolano Ramalho (Oficial da Corporação). Assim que assumiu o posto, o Coronel Edson Ramalho já iniciou os contatos para que o Estado adquirisse um terreno para construção de um novo hospital para a Polícia Militar.
Em dezembro de 1956, Edson Ramalho, que era Tenente Coronel do Exército e Comissionado Coronel da Polícia Militar, foi promovido a Coronel do Exército e passou para a Reserva no Posto de General de Brigada. Por essa razão, teve de deixar o Comando de Polícia Militar, no dia 12 de janeiro de 1957. Em outubro do mesmo ano, ainda no Governo de Flávio Ribeiro, o General Edson Ramalho exerceu as funções de Chefe de Polícia.
Depois de um Comando interino (12 de janeiro a 26 de março) do Coronel Manuel Câmara (Oficial da Corporação), assumiu o Comando o Coronel Renato Ribeiro de Morais (Oficial do Exército). Os propósitos de Edson Ramalho em relação à aquisição de um terreno para a construção de um novo hospital foram recepcionados por Renato Ribeiro, que tinha um grau de parentesco com o Governador Flávio Ribeiro.
Assim, no dia 24 de maio de 1957, em um ato político e público, o Coronel Renato Ribeiro, juntamente como o Doutor José Mário Porto, Secretário de Interior e Segurança Pública, entregaram solenemente ao Governador, uma exposição de motivo solicitando a aquisição de um terreno pertencente à Santa Casa da Misericórdia, situado no lado leste do antigo Sítio Cruz do Peixe. Na mesma data, foi realizada a solenidade de lançamento da pedra fundamental para a construção do hospital e erguido um monumento.
Em janeiro de 1958, Flávio Ribeiro adoeceu e foi internado no Rio de Janeiro. O vice-governador Pedro Gondim assumiu o governo até março de 1960, quando renunciou para ser candidato a governador nas eleições que foram realizadas naquele ano. Pedro Gondim disputou a eleição e venceu Janduhy Carneiro, que era o deputado federal mais votado da Paraíba. Durante a campanha, Janduhy publicou que estava garantida uma verba para construir o Hospital da Polícia Militar, resultante de emenda parlamentar dele como deputado federal.
No início de 1960, a Casa de Misericórdia solicitou a devolução do prédio onde funcionava o Hospital da Polícia Militar e ali passou a funcionar a Escola de Enfermagem Santa Emília de Rodat. Em consequência, o Hospital da Polícia Militar foi transferido para o terceiro andar do quartel do Comando Geral, na Praça Pedro Américo.
Pedro Gondim assumiu o Governo do Estado em fevereiro de 1961. O General Edson Ramalho foi secretário das Finanças durante o governo de Pedro Gondim, de 1º de fevereiro de 1961 a 13 de março de 1963. No ano seguinte, ele exerceu idênticas funções no Estado do Ceará.
No dia 12 de setembro de 1965, o General Edson Ramalho faleceu no Rio de janeiro e seu corpo foi transladado para a cidade de João Pessoa, onde foi sepultado no Cemitério Senhor da Boa Sentença, no dia 16 de setembro. Na cerimônia de sepultamento, o governador Pedro Gondim, em um emocionante pronunciamento enaltecendo as qualidades daquele emérito militar, afirmou que, em sua homenagem, o Hospital da Polícia Militar, que estava em construção, seria denominado de Hospital Edson Ramalho.
O então deputado federal João Agripino, que estava em campanha na eleição para governador, também compareceu ao sepultamento do General Edson Ramalho, o que demonstra que ele também tinha admiração e respeito àquele ilustre militar.
No dia 25 de outubro de 1965, o Governo da Paraíba designou uma comissão para supervisionar a construção do Hospital da Polícia Militar. Integravam essa comissão: o General Médico Bruno Duarte da Cunha, representando a Secretaria de Saúde; Coronel João Gadelha de Oliveira, Comandante da Polícia Militar; Tenente Coronel Médico Asdrúbal Marsiglia; Capitão Joaquim Sinfrônio, Tesoureiro da Polícia Militar e o Arquiteto Manuel Tavares, representante da Secretaria de Obras Públicas.
No começo do governo seguinte, o de João Agripino (fevereiro de 1966 a fevereiro de 1971), os trabalhos tiveram continuidade. O Coronel João Gadelha de Oliveira foi substituído na comissão de acompanhamento da construção do hospital pelo Coronel Ozanan de Lima Barros (Oficial do Exército), que era o novo Comandante da Polícia Militar.
No dia 28 de novembro de 1969, o governador João Agripino inaugurou o Hospital que foi instituído, pele Lei 3.604 de 28 de novembro de 1969, como Fundação Hospitalar General Edson Ramalho, que se destinava ao atendimento médico dos servidores civis e militares do Estado.
Com a criação da Fundação, o Hospital da Polícia Militar foi extinto e todo o seu patrimônio foi passado para a nova instituição.
O primeiro diretor da Fundação Hospitalar General Edson Ramalho foi o Coronel médico Asdrúbal Marsiglia de Oliveira. Em 1971, no governo de Ernani Sátiro, a Fundação Hospitalar General Edson Ramalho foi extinta e passou a integrar a Fundação de Saúde do Estado (Fusep), que tinha a função de executar toda política de saúde do Estado. Com essa medida, adotada através da Lei 3.663, de 24 de agosto de 1971, todo patrimônio da Fundação Hospitalar Edson Ramalho foi transferido para a Fusep.
Em 1985, no governo Wilson Braga, o Edson Ramalho passou por mais uma mudança na sua personalidade jurídica. Foi criado, através da Lei 4.729 de 16 de setembro de 1985, o Instituto Hospitalar General Edson Ramalho, que ficou vinculado à Fundação Estadual de Saúde.
O Edson Ramalho administrado pela Polícia Militar
No início do governo de Ronaldo Cunha Lima, em 1991, ocorreu uma série de greves que atingiu quase todos os setores do serviço público estadual. A crise teve início no final do governo anterior. Todos os seguimentos encerraram as greves, menos os servidores do Hospital Edson Ramalho, que já estava paralisado há mais de nove meses. Foi então que o Major Kelson Assis Chaves e o Coronel João Batista de Souza Lira, Comandante-Geral da Polícia Militar, interessados na solução do problema que atingia a ordem pública, buscaram uma solução política para o caso.
Com esse objetivo, o Major Kelson foi designado para fazer contatos com a deputada estadual Terezinha Pessoa Lins solicitando que o Hospital Edson Ramalho voltasse a ser administrado pela Polícia Militar. O pedido da deputada foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa da Paraíba e encaminhado ao governador Ronaldo Cunha Lima, em meados de maio de 1991.
No dia 2 de setembro de 1991, o governador em exercício, Cícero Lucena, reuniu-se com o secretário de Saúde, Dr. Zuca Moreira, com o Comandante-geral de Polícia Militar, Coronel João Batista de Souza Lira, e com o Coronel médico Hélio Leite de Albuquerque, diretor de saúde da Polícia Militar. No final da reunião, Cícero Lucena assinou o Decreto 14.073, no qual transfere o Hospital Edson Ramalho da estrutura da Fusep para o Comando da Polícia Militar. Na mesma data, o Coronel Hélio Leite assumiu a direção-geral da unidade hospitalar.
Para consolidar essa medida, foram transferidos para prestar serviço no hospital cerca de 80 policiais militares, entre auxiliares administrativos e integrantes do quadro de saúde da corporação. O Ambulatório Médico da Polícia Militar, que funcionava como um pequeno hospital na Rua da Areia, também foi transferido para aquelas instalações, com todo seu mobiliário.
Portanto, das cinco décadas de existência do Hospital Edson Ramalho, 28 anos foram administrados pela Polícia Militar. Durante esse período ocuparam a direção-geral do hospital os seguintes Coronéis da Polícia Militar: Hélio Leite de Albuquerque, Maquir Alves Cordeiro, Romualdo Guilherme dos Santos, Giovani Domingos Alves, Adelmar Vinagre Regis, Thaelmam Dias de Queiroz (duas vezes), Cristiane Wildt Cavalcanti Viana, Maria Emília Pontes Farias, Socorro Cristiane de Oliveira Uchôa e Paulo Almeida da Silva Martins, o atual diretor-geral.