Mais que cuidar do patrimônio material, Aurino Flor cuida dos pacientes do HPMGER através de sua arte

Aurino Fernandes Flor, 53 anos, chegou ao Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho (HPMGER) para cuidar das flores e plantas, em 2011, mas logo passou a ser fotógrafo da unidade. Entretanto, sua missão foi além e passou a trabalhar no setor de patrimônio, onde trabalha até hoje. Seu zelo pelo Hospital da Polícia Militar ultrapassa os bens materiais, ele também faz questão de cuidar de outro tipo de patrimônio: os pacientes, através da sua função de capelão e de musicoterapeuta.

“Fui procurar o Capitão Pontes para me conseguir algo para fazer no Edson Ramalho, estava sem um jardineiro no hospital e me ofereci para o cargo, ele relutou mas aceitou. Depois, o Coronel Thaelmam me propôs trabalhar como fotógrafo. Alguns anos depois fui convidado pelo Sgt. Cavalcante para ficar no lugar dele no Patrimônio e estou até hoje”, relembra.

Nesses 10 anos trabalhando no HPMGER o colaborador, mais conhecido por todos como Flor, é uma daquelas pessoas que vale à pena conhecer, pois mesmo diante das dificuldades impostas pela vida, nunca deixou de levar alegria e paz aos pacientes internados do hospital.

Natural de Campina Grande, Flor veio de uma grande família, pois seus pais tiveram 11 filhos e sua infância foi repleta de muitas brincadeiras. Desde os sete anos, ele começou a praticar judô e foi professor deste esporte, passou a ser seu sonho de criança que conseguiu realizar ainda na adolescência quando começou a dar aulas em João Pessoa. Ainda pequeno, ele também queria ser teólogo, terminou o curso de teologia e teve mais um sonho concretizado.

O professor de judô também é instrutor de rapel e músico. Esse seu dom artístico ele usa diariamente pelos corredores do HPMGER, levando música e louvores aos corações dos pacientes. Seu trabalho voluntário tem sido muito importante na recuperação das pessoas que passam dias internadas no hospital. “Fiz tecnólogo em Administração, mas parei há um período da conclusão. Estou há quatro períodos para concluir meu trabalho de conclusão de curso (TCC) em Letras Clássicas, na UFPB. Sou técnico em Enfermagem e também trabalho como massoterapeuta. Não gosto de ficar parado e adoro conhecer novas coisas. Digo que tenho várias profissões”, afirmou.

Flor é um daqueles colaboradores que ajuda muito, inclusive cortava cabelos dos pacientes carentes, cantava para alguns mais agitados e prestava assistência em capelania hospitalar voluntária. “Não consigo ver alguém gemendo em macas, camas ou nos corredores que eu já me proponho a orar por ela, estar na minha concepção de vida, não sei explicar. Isso me deu o privilégio de ter muitos testemunhos para contar como frutos”, afirma o musicoterapeuta.

No auge da pandemia do novo coronavírus, no ano passado, dois dos seus colegas de trabalho contraíram a doença e ficou só ele e o Major J. Costa para montar salas vermelhas extras para a Covid. Esse foi o momento mais impactante dentro do HPMGER. “Naquele período, vi muitas pessoas chorarem por perder entes queridos, de forma inesperada. Às vezes chorava por não ter como ajudar mais àquelas pessoas.

Em meio a tanta dificuldade causada pela pandemia, em 2020, seu filho logo que terminou a graduação foi diagnosticado com um tumor na cabeça; essa foi uma das maiores dificuldades que Flor já passou. “Mas, Deus usou o Coronel Almeida para convocar a família HPMGER para ajudar ao meu Áquila. Deus conduziu tão bem o processo para cirurgia do meu filho que tenho certeza que o sucesso se deu por causa da unidade de pensamentos e a fé somatizada entre todos. Sou grato demais a Deus pela vida do Coronel Almeida, pelos profissionais como Dr. Fernando, ao Fisioterapeuta Alberis e a todos os meus colegas e amigos desse hospital que já faz parte da minha vida. Sou muito realizado por trabalhar aqui”, finaliza seu Flor.

 

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