Zilma Alcântara, duas décadas dedicadas à enfermagem no HPMGER

Nascida em Picuí, Curimataú paraibano, Zilma dos Santos Alcântara, 46 anos, teve uma infância humilde ao lado dos seus dez irmãos e seus pais, mas sempre regada de muito amor e princípios, sobretudo para ela que era a filha mais nova. Ainda criança, se mudou para João Pessoa, junto com sua grande família.

“Uma casa com 11 filhos não era fácil, porém meus pais nunca deixaram faltar alimento em nossa mesa. Acredito que tive uma infância melhor do que a dos meus irmãos por eu ser a caçula. Tenho orgulho em dizer que, mesmo com toda dificuldade de criar tantos filhos, meus pais nos passaram princípios e valores que levamos para vida toda: honestidade em tudo na vida, começando nas pequenas coisas. Meu pai teve o prazer de ver os filhos adultos e todos de caráter. Minha mãe falou que a princípio, ele não queria vir para João Pessoa, por medo de criar os filhos na Capital e não conseguir educar como deveria ou que algum filho, fosse para o “caminho errado”, mas graças a Deus, ele se enganou! Todos se tornaram homens e mulheres honradas, filhos de um homem trabalhador, honesto e de uma mulher guerreira e cheia de fé”, destaca Zilma.

A escolha pela enfermagem já era um sonho de criança, parece que já estava predestinada a ser enfermeira, pois a escolha de seu nome foi um pedido do seu avô paterno e que na época também profetizou sobre a profissão que ela escolheria mais tarde. Ele pediu para que a neta tivesse o nome de uma médica oftalmologista que cuidava dela sempre com muita atenção e ele a adorava. “Minha mãe disse que vovô pediu para me dar o nome da doutora dele e disse: ‘quem sabe ela não vai ser uma doutora ou enfermeira’. Desde sempre, tudo relacionado à saúde me encantava, tanto é que na minha adolescência eu que levava meus sobrinhos para o médico, amava isso, sabia explicar tudo que o médico passava para eles. Eu simplesmente amo o que sou e o que faço”, relembra.

Em 1993, na juventude, a enfermeira foi morar em Bragança Paulista-SP, onde ficou por seis anos e foi mãe do seu primeiro filho. Foi nessa cidade que ela começou a trabalhar na área da saúde, no Hospital Universitário São Francisco. Em, 1998, voltou para João Pessoa e em 2002 começou a trabalhar no Hospital da Polícia da Polícia Militar General Edson Ramalho (HPMGER), como técnica de enfermagem. Zilma faz questão de contar sua história nesse hospital, parece que tudo foi mesmo o destino.

“Quando eu era adolescente, vim com meu pai para ele fazer um exame e falei comigo mesmo: ainda vou trabalhar neste hospital! Passaram-se alguns anos e em quando terminei o técnico de Enfermagem, deixei meu currículo na sala da Ten. Rosineide (na época), fiquei aguardando, foi quando uma prima tentou suicidar-se por ingestão de chumbinho e deu entrada na Urgência do HPMGER e quando fui visitá-la, fui saber se eu seria chamada e para minha surpresa, já tinham ligado para mim, só que os dois últimos números do meu telefone estavam errados, então pediram para comparecer na semana seguinte… Deus providenciou tudo! Tenho um pensamento, o que é para ser seu, que foi reservado por Deus, ninguém toma! E aqui estou eu, já há quase 20 anos”, conta.

Zilma voltou a estudar e em 2009 começou a faculdade de enfermagem, mas sempre trabalhando. Passou pelo Centro de Saúde e PACS na cidade pernambucana Brejo da Madre de Deus, pela UPA de Tibiri, em Santa Rita e pelo Hospital da Unimed de João Pessoa. Porém, nunca deixou de dar seus plantões no HPMGER e ao longo desses anos, teve várias experiências nessa unidade e pode ficar com seu pai na Sala Vermelha até a hora da partida dele. “Esse momento, mexeu demais comigo, toda vez que eu vinha para o plantão, ainda no estacionamento, passava um filme na minha cabeça. Se eu não amasse tanto trabalhar aqui, não teria conseguido retornar, pois um mês antes da morte do meu pai, perdi uma prima que estava na UTI e um mês e 6 dias depois, um irmão. Mas, Deus tem me ajudado superar tudo e ser forte, tenho como espelho uma mãe que é uma rocha, então, não posso fraquejar, por ela e pelos que ainda precisam de mim”.

Trabalhar no Edson Ramalho a trouxe inúmeras recompensas, para Zilma o reconhecimento é a coisa mais gratificante da vida. “Ser reconhecida profissionalmente, saber que você inspira confiança, que ninguém duvida do seu caráter, não tem preço. Hoje, estou como Gerente da Urgência e Emergência, graças ao reconhecimento e confiança da minha Gerente Suelany e do nosso Diretor Cel. Almeida. Tem coisas que o dinheiro não pode comprar e não se impõem, que são admiração, respeito e confiança. E cada ano completado neste hospital, para mim é uma grande recompensa que ainda quero continuar e contribuir muito, onde amo e tenho orgulho de fazer parte”.

Para o futuro, ela ainda quer realizar a formatura dos filhos, ter saúde para continuar trabalhando no HPMGER, dando o seu melhor, exercendo sua profissão com excelência e poder ajudar a quem precisar. “Ter minha mãe e meus filhos sempre por perto e vê-los bem estruturados e felizes é o meu maior objetivo de vida”. Foi através da enfermagem que Zilma alcançou seus sonhos de vida e ela garante que não se vê fazendo outra coisa na vida.

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