Procedimento endoscópico de alta complexidade possibilita rapidez na recuperação dos pacientes do HSGER
A realização de um procedimento endoscópico de alta complexidade possibilita rapidez na recuperação dos pacientes no Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER): a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). O procedimento terapêutico é utilizado para desobstrução das vias biliares, nos casos de doenças como coledocoletíase (pedras no canal do fígado) e tumores malignos no pâncreas e no canal do fígado.
De acordo com o cirurgião e endoscopista do HSGER, Victor Andrade, a CPRE proporciona conforto e qualidade de vida ao paciente, por ser mais vantajosa do que uma cirurgia convencional. Segundo ele, o tempo de recuperação é bem menor. “Se no dia seguinte, o paciente está bem, ele já recebe alta. Antigamente, era preciso operar para tirar a pedra do canal do fígado, com incisão abdominal, sendo necessário um pós-operatório de 10 a 15 dias. Portanto, nós diminuímos o tempo de internação, liberando o leito para outros pacientes”, contou ele.
O médico explicou que o procedimento terapêutico permite o acesso à via biliar do paciente para tratar diversas doenças, sobretudo a coledocoletíase (pedras no canal do fígado). “Essas pedrinhas podem migrar para o canal do fígado, o que faz com que o paciente fique com a pele amarelada, urina escura e fezes esbranquiçadas. Então, com esse procedimento cirúrgico por endoscopia, nós retiramos essas pedrinhas”, simplificou.
Foi com esse quadro sintomático que a paciente Maria das Graças, de Santa Rita, chegou ao HSGER. “Eu estava amarelada e bem debilitada, com dores na vesícula. O pessoal da enfermagem não conseguia nem acesso às minhas veias. Mas a equipe cuidou bem de mim e agora estou com condições de fazer esse procedimento”, esclareceu ela.
A paciente vai permanecer internada após a CPRE para realizar a cirurgia de cálculos na vesícula. “Gostei muito do atendimento daqui, mas quero logo voltar para casa. Meus filhos e minha nora estão me acompanhando e Jesus está pegando na minha mão. Estou firme e forte”, disse dona Maria das Graças.
Victor Andrade apontou que a CPRE também é realizada para o tratamento de tumor do pâncreas, que obstrui o canal do fígado. “Nesse caso, é preciso passar um stent biliar para desobstrução. Também há utilidade quando o paciente apresenta quadro de colangiocarcinoma, tumor maligno que se forma no canal do fígado e que pode obstruí-lo”, elucidou.
Modernização
A CPRE é realizada no HSGER desde agosto do ano passado, após a unidade hospitalar passar para a administração da Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde). Segundo o diretor-técnico do hospital, Ramonn Chaves, o procedimento é realizado em apenas três hospitais da Paraíba.
“A realização da CPRE era muito restrita na Paraíba, mas há alguns meses estamos ofertando à população. É um serviço que atende pacientes de todo o estado, de Conceição a João Pessoa, regulados via Secretaria de Estado da Saúde. Felizmente, estamos superando as metas e seguiremos trabalhando”, declarou o diretor-técnico.
Apesar de estar no rol de atendimentos do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), a realização do procedimento é no bloco cirúrgico, devido à sua complexidade. Os demais exames por imagem disponibilizados no HSGER são: tomografia (com e sem contraste), raio-X, ultrassom, endoscopia, colonoscopia e ecocardiograma. No ano passado, o CDI realizou 26.650 atendimentos.