Nutrição do HSGER acompanha pacientes do programa de cirurgia bariátrica para orientar sobre hábitos alimentares saudáveis

O Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER) propicia mais qualidade de vida aos pacientes com obesidade a partir do programa de cirurgia bariátrica e metabólica, realizado por meio do Opera Paraíba. Para que o procedimento cirúrgico seja executado, é necessário que o paciente seja avaliado por uma equipe multiprofissional, incluindo a nutrição. As consultas com os nutricionistas do HSGER são realizadas antes e após as cirurgias para possibilitar melhorias nos hábitos alimentares e ocasionar a perda de peso.

De acordo com o coordenador de Nutrição do HSGER, Felipe Lundgreen, a equipe faz uma avaliação do estado nutricional do paciente, verificando se há alguma deficiência ou excesso de nutrientes. Também são checados os exames bioquímicos realizados no próprio hospital, como glicemia ou de função hepática para saber se há gordura no fígado. A partir daí, é traçado o plano alimentar individualizado.

“Calculamos o consumo de macronutrientes, que são carboidratos, proteínas e lipídios, para que o paciente possa perder peso e ter mais qualidade de vida. Nós temos o bom senso de considerar as possibilidades econômicas de cada um, de modo que seja possível adquirir os alimentos necessários”, afirmou Felipe Lundgreen. 

Para ingresso no programa de cirurgia bariátrica, é preciso ter índice de massa corpórea (IMC) superior a 40 – ou superior a 35, quando há alguma comorbidade associada à obesidade e já tenha havido tentativa prévia de tratamento por pelo menos dois anos. A meta para que o paciente seja operado é a perda de 10% do peso corporal, mas há quem não alcance o índice rapidamente. É o caso da paciente Maria Aparecida, residente na cidade de Santa Cruz, no Sertão paraibano.

Ela está trabalhando na perda de peso desde março, mas ainda faltam quatro quilos para ser liberada pela equipe de nutrição para a cirurgia. “A gente tenta perder peso, mas é preciso mudar hábitos alimentares. Ainda não consegui atingir meu objetivo, mas sigo em frente. A gente não é gordo à toa, é porque tínhamos hábitos não saudáveis. Eu gosto de massa, pizza e sanduíche, mas já não como mais. Já me matriculei na academia para ser mais saudável, mas ainda não deixei o churrasco”, comentou.

A nutricionista Mirela Barreto destacou que a mudança dos hábitos é um dos grandes desafios dos pacientes. Segundo ela, o problema não é o churrasco, mas a quantidade consumida. “Se o paciente comer moderadamente, não haverá problemas. No caso de Maria Aparecida, vamos ajustar a dieta para que ela possa aderir melhor e perder mais peso, o que é importante para a cirurgia”, explicou. Satisfeita com o tratamento no programa de cirurgia bariátrica, Maria Aparecida também inspirou a irmã e a prima a ingressarem.

 

Acompanhamento – Felipe Lundgreen ressaltou que o pós-cirúrgico é a etapa mais importante para o paciente. Depois do procedimento, o nutricionista orienta o paciente e prescreve um protocolo a ser seguido, iniciando com uma dieta líquida, passando pela fase líquida e pastosa, pastosa e branda, em um processo evolutivo. “Fazemos um plano alimentar simples, que pode ser seguido em casa. Na fase líquida, indicamos o consumo de suco de caju coado e caldo de legumes, por exemplo. Na pastosa, é possível consumir purê de inhame ou de macaxeira, que são menos calóricos do que o de batata”, exemplificou.

Segundo o coordenador de Nutrição, o consumo de calorias deve ser baixo, mas de modo que seja atingido um nível satisfatório de proteínas. Para isso, é prescrito o consumo de suplemento alimentar, como whey protein. As avaliações nutricionais ocorrem a cada 30 dias, até um período de 90 dias. “Nas consultas, verificamos se há déficit de vitaminas e minerais, por exemplo, o que pode ocasionar queda de cabelo ou afetar o crescimento das unhas e até a dentição”, apontou.

A partir das avaliações dos pacientes, a equipe consegue estimar se o tratamento está sendo cumprido. Ao perceber situações de compulsão, seja alimentar ou por bebida alcoólica, aciona-se a equipe de psicologia ou de psiquiatria. Normalmente, os pacientes perdem de 15% a 20% do peso, após a cirurgia, mas não há uma meta. “Cada organismo reage de um jeito, considerando o funcionamento do metabolismo e o fator genético”, afirmou Felipe Lundgreen.

A recepcionista Marcela Araújo foi operada em maio e vem retornando ao hospital para as consultas de acompanhamento. Desde que ingressou no programa de cirurgia bariátrica, em fevereiro, já perdeu mais de 30 quilos, tendo passado de 127 quilos para 93 quilos. Para ela, todo o processo foi tranquilo, o que foi possibilitado pelo apoio dos profissionais envolvidos no programa e dos pacientes.

“Assim que cheguei ao Edson Ramalho, as portas se abriram. Nunca fui tão bem recebida em um local público, do SUS, como aqui no hospital. É nota mil! Recebi um tratamento humanizado por cada profissional, me senti abraçada. Hoje, os considero como da minha família, incluindo os outros pacientes do programa porque criamos um vínculo. A gente se doa e se ajuda, tanto quem já está, como quem está chegando”, contou.

No HSGER, a cirurgia bariátrica é realizada mediante um processo de avaliação multiprofissional, que inclui cirurgião bariátrico, endocrinologista, nutricionista, psicólogo, enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e odontólogo. A unidade hospitalar, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) e integrante da rede estadual, integra um seleto grupo de instituições públicas que realizam o procedimento. O acesso é por meio da Central de Regulação Estadual.

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