Novembro azul: atendimento no Hospital Edson Ramalho vai do diagnóstico ao tratamento cirúrgico de câncer de próstata

No contexto da campanha internacional Novembro Azul, o atendimento no Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER) vai do diagnóstico ao tratamento cirúrgico de câncer de próstata. A unidade hospitalar, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) e integrante da rede estadual, é referência no atendimento em oncologia, dentro do programa Paraíba Contra o Câncer, concedendo aos pacientes todos os cuidados necessários, que incluem consultas médicas, realização de exames e o acompanhamento pós-operatório.

Segundo o coordenador de Urologia do HSGER, Rafael Arruda, que também é subespecialista em urologia oncológica, a partir dos 50 anos de idade, todo homem deve ter sua próstata avaliada. “Geralmente, o câncer acomete o homem a partir da quinta década de vida. Em situações específicas, esse cuidado deve começar mais cedo, aos 45, que são os casos de quem tem histórico de câncer de próstata na família, e os homens com obesidade, entre outros fatores de risco”, afirmou.

A partir da consulta médica, o paciente é submetido à realização de exames no próprio hospital, como o de PSA e o toque retal, se houver indicação. Conforme Rafael Arruda, ainda há resistência dos homens na realização do exame de toque, mas o médico ressaltou que a combinação dos dois métodos tem uma acurácia de 95% no diagnóstico de câncer de próstata.  Havendo a constatação, o paciente é inscrito no programa Paraíba Contra o Câncer e passa por uma teleconsulta com oncologista, que pode solicitar exames como ressonância magnética e cintilografia óssea, todos realizados gratuitamente, no âmbito do programa. Já os exames pré-operatórios são realizados no Edson Ramalho.

Um dos pacientes atendidos no hospital foi o vendedor Derivaldo da Silva, de 54 anos e residente na cidade de Santa Rita. Ao fazer exames de rotina, durante as férias, no começo deste ano, ele viu que o nível do PSA estava muito alterado. Inicialmente, ele procurou atendimento médico privado, mas com o diagnóstico de câncer de próstata, Derivaldo ingressou no programa Paraíba Contra o Câncer, em agosto.

“Graças a Deus, foi tudo muito rápido, desde a primeira consulta no hospital, até a cirurgia, que foi feita no fim de outubro. Meu médico, dr Rafael, me explicou como seria o procedimento e o pós-operatório também, o que me deixou mais tranquilo, porque não é uma situação fácil. Eu fui muito bem atendido no Edson Ramalho e sou grato a todos os profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Todos deram sua contribuição”, destacou o paciente. No dia seguinte ao procedimento, ele recebeu alta, e será reavaliado neste mês, em nova consulta.

Tratamento – O médico urologista explicou que o método de tratamento depende do paciente e do estágio da doença. “Nós estudamos o tumor dentro do organismo do paciente. A cirurgia é indicada para os pacientes com melhores condições clínicas e com expectativa de vida superior a 10 anos. A radioterapia é recomendada nos casos de pacientes com mais de 75 anos, acamados e que não suportariam uma cirurgia”, afirmou.

Já no caso de haver metástases no corpo, a alternativa de tratamento é controlar a doença por meio de bloqueio androgênico. “Isto pode ser feito com aplicação de injeções ou com cirurgia de raspagem dos testículos para inibição da ação da testosterona sobre a próstata. Se restringimos o hormônio masculino, controlamos o câncer de próstata. Contudo, se ainda assim o tumor progredir, outra alternativa é a quimioterapia”, relatou Rafael Arruda.

No mês de junho deste ano, o HSGER foi a primeira unidade da rede estadual a realizar uma cirurgia dentro do programa Paraíba Contra o Câncer. Para o diretor hospitalar do HSGER, Cícero Ludgero, isto representa um grande avanço na assistência, que confere segurança à população paraibana.  Desde então, já foram realizadas mais de 80 cirurgias, no âmbito do programa. “O Edson Ramalho reforça o acesso ao atendimento oncológico na Paraíba. Mesmo após a cirurgia, o paciente segue sendo acompanhado na unidade hospitalar com consultas trimestrais de avaliação. Damos todo o cuidado ao paciente oncológico até considerarmos que houve a cura da doença”, comentou ele, que também é médico oncologista.

Precaução – Segundo Rafael Arruda, ainda há uma resistência da população masculina em procurar um médico apenas para consultas de rotina. O HSGER dispõe do Ambulatório de Especialidades, incluindo a Urologia, que realiza uma média de 400 consultas por mês, com acesso por meio da Central Estadual de Regulação. “É difícil que o homem tenha uma conduta de prevenção. Geralmente, recebemos pacientes já com algum problema, seja alteração de PSA, dificuldade de urinar ou jato urinário fraco, que são situações provenientes da idade. A cada 100 pacientes do sexo masculino, apenas 20 vêm apenas por precaução, em média”, destacou.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tumor maligno na próstata é o segundo tipo mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. No Brasil, a estimativa é de que surjam 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano durante o triênio 2023-2025. Atualmente, é a segunda causa de óbito por câncer na população masculina, reafirmando sua importância epidemiológica no país.

Acesso – O acesso às consultas de urologia no Ambulatório de Especialidades do HSGER é por meio da Central Estadual de Regulação, com atendimento iniciado na rede de atenção básica nos municípios. O ingresso no programa Paraíba Contra o Câncer também é por meio da atenção primária, que aciona a equipe do programa. O primeiro atendimento é feito pelo serviço de Teleoncologia, com o intermédio do Complexo Regulador Estadual, que organiza uma fila única para o acolhimento dos pacientes. As equipes especializadas, compostas por oncologistas clínicos e enfermeiros navegadores, coordenam o atendimento desde o ingresso no programa até a realização dos exames necessários para diagnóstico, estadiamento e tratamento.

Adoção de medidas para reduzir o risco de câncer de próstata:

  • Manter peso corporal adequado;
  • Realizar atividades físicas;
  • Adotar alimentação saudável;
  • Evitar consumo de bebidas alcoólicas e de cigarro;
  • Redução do estresse.

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