Agência Transfusional do Hospital Edson Ramalho reforça importância da transfusão de sangue na assistência dos pacientes e alerta para doação

O procedimento de transfusão de sangue melhora a recuperação de casos clínicos e cirúrgicos de pacientes do Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER). Na unidade hospitalar, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), a Agência Transfusional é responsável por armazenar hemocomponentes, realizar exames imunohematológicos, pré-transfusionais, dispensar e transportar de forma segura os produtos sanguíneos para as transfusões nos setores de enfermarias, centro cirúrgico, maternidade, urgência e emergência, unidade de terapia intensiva (UTI) e UTI neonatal.

A coordenadora da Agência Transfusional, Marília Lima, explicou que o sangue é fracionado em vários hemocomponentes como hemácias, plasma, plaquetas e crio, os quais são utilizados conforme a necessidade apontada pelos médicos a partir do quadro clínico de cada paciente.

“Como o hospital é ‘porta-aberta’, precisamos utilizar as bolsas mesmo em casos não cirúrgicos. Chegam pacientes idosos, com anemia profunda, pacientes com hemorragia digestiva, pessoas com problemas vasculares, hepáticos e diversas outras patologias que necessitam da transfusão. O componente utilizado vai depender dos parâmetros hematológicos do paciente e contribui para melhoria do quadro de saúde”, relatou Marília Lima.

O paciente José Feliciano da Costa chegou ao Edson Ramalho, há uma semana, com um quadro de hemorragia digestiva e nível baixo de hemoglobina. “Eu perdi muito sangue e fiquei fragilizado. Já recebi a terceira bolsa de sangue e espero melhorar logo. Aqui, o atendimento é excelente, sempre tem alguém dando assistência e não deixam faltar nada. No dia em que eu passei mal, contornaram a situação rapidamente. Agora é esperar em Deus”, disse ele.

Os hemocomponentes também são utilizados para os casos de cirurgias, segundo Marília Lima, a exemplo de histerectomia (remoção do útero) e prostectomia (remoção da próstata). “Todo dia, o mapa cirúrgico é atualizado, com a indicação se há necessidade de reserva cirúrgica de hemocomponentes”, sinalizou a coordenadora da Agência Transfusional.

A família da paciente Helena Souto destacou que a transfusão de plaquetas fez toda a diferença no tratamento dela, que passou por duas cirurgias no intestino. “O médico comentou que, por conta dessa transfusão, ela conseguiu suportar os procedimentos, já que estava com nível baixo de plaquetas, inclusive no pós-cirúrgico”, afirmou o filho dela, Grigório Souto.

A fisioterapeuta Patrine Carneiro está acompanhando o avô, Vicente de Paula, que está internado na UTI com problema de cirrose. Ela comentou que o procedimento transfusional tem sido positivo para o paciente. “Ele vem melhorando a cada dia. A assistência do Edson Ramalho é ótima e rápida. Espero que ele receba alta logo”, estimou.

Funcionamento

As bolsas de hemocomponentes são enviadas pelo Hemocentro da Paraíba, conforme demanda hospitalar. Os materiais são armazenados em refrigeradores específicos, com temperaturas controladas, conforme a disponibilidade e possibilidade de estoque. Alguns componentes são acondicionados a uma temperatura de até -31º C, protegidos por um alarme, em caso de mudança de temperatura.

“Temos concentrado de plasma e hemácias, com estoque mínimo para cada tipo sanguíneo. O “O” negativo é usado para emergências, quando não se pode esperar o tempo de fazer prova de compatibilidade, cujo período é de 40 minutos a 1 hora. No caso dos recém-nascidos, o Hemocentro envia o volume necessário fracionado, com média de 16 ml, enquanto uma bolsa normal tem 300 ml”, elucidou a médica hematologista Thais Celli Lopes, que é a responsável técnica da Agência Transfusional.

O biomédico do setor, Deyvisson Cabral, destacou que, quando chega solicitação de sangue na Agência Transfusional, a técnica em hematologia vai ao leito do paciente e solicita a autorização dele via termo de consentimento para coletar amostra de sangue.

“O biomédico faz os testes de compatibilidade, comparando o sangue do paciente com o da bolsa doada. Por exemplo, se a necessidade é de receber hemácias, fazemos a prova cruzada, e liberamos a bolsa conforme compatibilidade, que vai identificada com número de série, para que ela possa ser rastreada futuramente”, relatou.

Conforme Deyvisson Cabral, a divisão dos componentes da amostra de sangue do paciente é feita no equipamento centrífuga, que separa as hemácias do soro do paciente. No processo, a amostra de sangue é colocada no equipamento “banho-maria”, para adequar à temperatura corporal de 37 graus. “Assim, saberemos se vai haver reação com o sangue do doador. Fazemos um teste de como será no corpo do paciente”, contou.

Doação de sangue

A coordenadora da Agência Transfusional, Marília Lima, chamou a atenção para o baixo estoque de sangue do Hemocentro da Paraíba. De acordo com ela, em janeiro, o nível esteve abaixo do normal, que já é baixo, nessa época do ano. O número de transfusões, no Edson Ramalho, aumentou porque cresceu o número de cirurgias, na unidade hospitalar, nos últimos meses. Em dezembro, houve 346 transfusões no hospital, mas só foram registradas 114 doações.

“Para cada hemocomponente transfundido, é ideal que o receptor leve dois doadores por bolsa, para que ele possa repor ao estoque do Hemocentro. Desta forma, tentamos sensibilizar os pacientes e os acompanhantes sobre a importância da doação”, completou Marília Lima.

O filho da paciente Helena Souto, Grigório Souto, tornou-se um doador de sangue a partir da situação da mãe. “Eu e meus irmãos tomamos essa decisão a partir dessa conscientização sobre o tratamento da minha mãe no hospital e como isso está sendo importante para a saúde dela”, enfatizou.

Critérios para ser doador

  • Estar saudável;
  • Apresentar documento oficial e original com foto;
  • Estar bem alimentado;
  • Pesar acima de 50 kg;
  • Ter de 16 a 69 anos (menores de 18 devem estar acompanhados de representante legal)
  • Primeira doação deve ser até os 60 anos;

Impedimentos temporários

  • Gripe: aguardar sete dias após a cura
  • Gravidez: três meses após o parto normal e seis meses após o parto cesariano
  • Amamentação: lactante não doa (exceto 12 meses após o parto)
  • Tatuagem ou piercing: após 12 meses
  • Procedimentos endoscópicos: após seis meses
  • Vacina da gripe: Aguardar 48 horas após a imunização
  • Vacina da Covid-19: Aguardar sete dias se tiver sido imunizado com Pfizer

Intervalo entre doações

  • Homens podem doar sangue a cada dois meses, até quatro vezes por ano
  • Mulheres podem doar sangue a cada três meses, até três vezes por ano.

 

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